Refletir, Reagir e... AGIR!

01 julho, 2007

3 comentários:

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Anônimo disse...: Hummmmmm, gostei muito. Parabéns.
Voltarei aqui com maior feqüência.
Abraços.; 24 de novembro de 2007 às 21:59
Anônimo disse...: Adorei o blog, estive olhando as fotos, show de bola.; 14 de agosto de 2008 às 14:50

Tipos de Surdez

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Tipos de Surdez:

# A perda auditiva pode ser de condução qundo existe um bloqueio no mecanismo de transmissão do som, desde o canal auditivo externo até o limite com o ouvido interno.

# Também pode ser a surdez, de percepção ou neurossensorial (lesão de células sensoriais e nervosas). É aquela provocada por problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido interno (cóclea) até o cérebro. Uma das causas de surdez neurossensorial é o uso de certos medicamentos, especialmente alguns antibióticos, que podem lesar as estruturas neurossensoriais causando a surdez.

Mais adiante, falarei mais sobre os tipos de surdez e suas causas.

Reflexão

Segundo o Prof. Kabengele Munanga, a identidade é para os indivíduos a fonte de sentidos e de experiência. Toda identidade exige reconhecimento, caso contrário ela poderá sofrer prejuízos se for vista de modo limitado oudepreciativo.

A escola é o espaço onde se encontra a maior diversidade cultural e também é o local mais discriminador. Tanto é assim que existem escolas para ricos e pobres, de boa e má qualidade, respectivamente. Por isso trabalhar as diferenças é um desafio para o professor, por ele ser o mediador do conhecimento, ou melhor, um facilitador do processo ensino-aprendizagem. A escola em que ele foi formado e na qual trabalha é reprodutora do conhecimento da classe dominante, classe esta, que dita as regras e determina o que deve ser transmitido aos alunos. Mas, se o professor for detentor de um saber crítico, poderá questionar esses valores e saberá extrair desse conhecimento o que ele tem de valor universal.
Na maioria dos casos, os professores nem se dão conta de que a escola é o lugar ideal para discutir as diferentes culturas, e suas contribuições na formação do nosso povo. Eles também ignoram que muitas vezes as dificuldades do aluno advêm do processo que está relacionado à sua cultura, tão desrespeitada ou até ignorada pelos professores.

LABORIT (1994), surda que recebeu o prêmio Molière de "Atriz Revelação" por Os Filhos do Silêncio, declara em sua autobiografia que aos seis anos de idade "Vivia no silêncio porque não me comunicava. É esse o verdadeiro silêncio?" (p. 19). Com suas próprias palavras relata que a falta de linguagem entre zero e sete anos fez com que ela se isolasse "Creio que nada havia em minha cabeça, nesse período. Futuro, passado, tudo estava em uma linha do espaço-tempo. Mamãe dizia ontem... e eu não entendia onde estava ontem, o que era ontem. Amanhã também. E não podia perguntar-lhe. Sentia-me impotente. (...) Havia a luz do dia, a escuridão da noite, mais nada." (pp. 14,19) Apesar de seus resíduos auditivos serem trabalhados desde os nove meses de idade, até os sete anos ela relata que não conseguia se comunicar. "Até a idade de sete anos, nada de palavra, nenhuma frase em minha cabeça. Imagens somente. (...) Era loucura. Como tudo acontecia antes? Não tinha língua. Como pude me construir? (...) Pensava? Seguramente. Mas em quê? Em minha fúria de me comunicar." (p. 22) Emmanuelle declara a fundamental diferença que faz a Língua de Sinais na vida de um surdo: "Para as crianças que aprendem bem cedo a linguagem de sinais, ou que têm pais surdos, é diferente. Fazem progressos notáveis. Admiro-me do desenvolvimento que têm. Quanto a mim, estava nitidamente atrasada, pois aprendi essa linguagem só aos sete anos. Antes, era seguramente um pouco como uma "débil", uma selvagem." (p.22)

GOÉS (1996) relata que a linguagem é a base das relações sociais. Como esta linguagem depende de recursos da audição, a criança surda tem restrita ou impossibilitada sua relação na sociedade. Por isso a incorporação da língua de sinais se torna necessária para que haja expansão das relações interpessoais, constituindo o funcionamento nas esferas cognitiva e afetiva, fundamentando a construção da subjetividade.

Isto pode ser constatado com o relato das grandes descobertas de LABORIT no primeiro contato com a Língua de Sinais: "Era a primeira vez que aprendia que podemos dar um nome às pessoas. Era formidável. (...) E acima de tudo que eu me chamava Emmanuelle. Compreendia por fim que tinha uma identidade. Eu: Emmanuelle." (p. 51) Até então ela falava de si mesma como se fosse uma outra pessoa, pois sempre diziam "ela o escuta, ela não o escuta", Mas não havia o "eu". "Eu era ela. (...) Descobriu isso com a língua de sinais, e agora ela sabe. Emmanuelle pode dizer: Eu me chamo Emmanuelle .(...)Essa descoberta foi uma alegria.(...)Descobria o mundo que me cercava, e era eu que me encontrava no interior do mundo." (p. 51)

LABORIT e GÓES afirmam que a língua de sinais é fundamental para que o surdo possa verdadeiramente se comunicar, compreender o mundo e ter acesso a informação, baseadas em suas experiências contrapõem as opiniões de outros profissionais.

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ALFABETO DE SINAIS

Tu deves conhecer o alfabeto brasileiro de sinais. Embora muito utilizado, não pensa que cada palavra numa comunicação com um surdo será feita desta forma, soletrada. Existem sinais para palavras inteiras e até para sentenças. Isto facilita e agiliza a comunicação, porém, tais sinais devem ser utilizados dentro de uma estrutura - a Libras.
Também é muito comum observar sinais iguais para objetos ou palavras diferentes, mas isto não dificulta o aprendizado desta língua.

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NOMENCLATURA CORRETA

Ouvimos muito a palavra ou expressão "portadora" (como substantivo e como adjetivo) ou "portadora de".
A condição de ter uma "deficiência" faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Segundo Romeu Sassaki, "tanto o verbo "portar" como o substantivo ou adjetivo "portadora" não se aplicam a uma condição inata ou adquirida que está presente na pessoa".
Uma pessoa só porta algo que ela possa não portar, deliberada ou casualmente. Por exemplo, uma pessoa pode portar um guarda-chuva se houver necessidade e deixá-lo em algum lugar por esquecimento ou por assim decidir. Não se pode fazer isso com uma deficiência, é claro. Então, não permitamos que pessoas que desconhecem essa diferença, continuem a usar equivocadamente o termo "portador de"... surdez, deficiência auditiva, cegueira, baixa visão, ...

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É BOM LEMBRAR...

A principal característica do ser humano é a pluralidade e não a mesmidade ou a uniformidade. Cada um conhece e interpreta o mundo com olhares muito particulares.

Para definir algo, buscar o que uma coisa é, procuramos delimitá-la em relação a outras coisas, explicitar as diferenças. Essa reflexão também vale para as pessoas. A definição é, portanto, a base do recorte da diferença, que organiza, limita lugares, compõe ordens lógicas, dá significados. Essa organização lógica e também de significados define, freqüentemente, o lugar do “outro”, seus limites, suas possibilidades.

A identidade é relacional, marcada pela diferença. A diferença é sustentada pela exclusão. A construção da identidade é tanto social quanto simbólica. A identidade não é estável e unificada, ela é mutável e, às vezes, até mesmo provisória, o que resulta em uma “crise de identidade”.

A identidade e a diferença são inseparáveis, porém, não convivem harmoniosamente, pois existe uma relação de poder entre elas. Essa relação faz com que haja uma disputa entre ambas, acabando assim por ser fixada uma determinada identidade como norma. A normalização é, então, um processo sutil por meio do qual o poder se manifesta no campo da identidade e da diferença.

É preciso estarmos muito atentos e convictos do nosso propósito, pois a força da armadilha que nos captura para a compreensão da diferença como deficiência é forte. Nosso olhar para o surdo não pode ser um olhar que veja o outro como incompleto, insuficiente, incapaz e que deve, portanto, ser corrigido, normalizado.

(Trechos do meu trabalho de "Especialização em Educação de Surdos").

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FICA SABENDO QUE:

LÍNGUA DE SINAIS > É a língua dos Surdos e possui a sua própria estrutura e gramática através do canal visual.
A Língua de Sinais dos Surdos do Brasil tem dois nomes:
- LSB: Língua de Sinais Brasileira e
- LIBRAS: Língua Brasileira de Sinais.

LIBRAS > é a 1ª Língua do surdo. É a língua materna do surdo.

PORTUGUÊS > É a língua oficial falada no Brasil, em Portugal e em alguns países da África. Para os Surdos é a 2ª língua, muito importante na comunicação com os ouvintes e na expressão e recepção da informação escrita.

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LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR OBRIGATÓRIA

De acordo com o Decreto 5.626/95, no CAPÍTULO II -
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR - em seu Art. 3o, diz: A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Ainda, no § 1º, diz: Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
No Art. 9º, são dados os prazos e os percentuais mínimos para que as instituições cumpram o que determina o Decreto.

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IMPORTANTE DIFERENCIAR:

DIFERENÇAS QUE FAZEM A DIFERENÇA!

É importante que conheçamos alguns termos bastante utilizados, porém, na maior parte das vezes, equivocadamente. São eles:

# DEFICIENTE AUDITIVO: é toda pessoa que possui uma perda bilateral da audição, parcial ou total, de 41 decibéis (41 dB) ou mais. Ou seja, é uma pessoa que possui uma perda significativa da audição, porém, não é surda, "pode" usar aparelho auditivo para melhorar a audição e, "necessita ou não", de Intérprete de LIBRAS;

# SURDO: de acordo com o Decreto Federal Nº 5.626/95, de 22 de dezembro de 2005, considera-se pessoa surda àquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

§ Quer dizer, Surdo, é aquele que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo através da LIBRAS, necessitando, quando em contato com pessoas ouvintes que não saibam a sua língua, de Intérprete de LIBRAS. O surdo não usa aparelho auditivo;

Ser surdo é uma questão de Identidade. O surdo que se aceita e se assume como surdo, geralmente, não oraliza. Existem muitas pessoas surdas que não se aceitam como tal, preferindo dizer-se Deficiente Auditivo (D.A.) e, em muitos casos, também, fazem ou fizeram, sessões de fonoaudiologia para tentar oralizar(falar).

# MUDO: uma pessoa só é muda se tem algum problema nas cordas vocais, impedindo-a, assim, de oralizar(falar).

OBS.: O surdo, com raríssimas exceções, é também mudo. O surdo só não fala porque não ouve, pois não tem nenhum problema de cordas vocais.
NÃO faz, por favor : chamar o surdo de SURDO-MUDO ou MUDINHO!

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SOBRE SINAIS

§ Os sinais são próprios de cada país,ou seja, da mesma forma que as línguas faladas, a língua de sinais também difere em cada país. Se dois surdos de países diferentes se encontrarem, provavelmente um não entenderá exatamente o que o outro está querendo dizer.

§ Assim, a Língua de Sinais não é uma Língua universal, ela difere em suas características em países e até mesmo variam muito dentro do mesmo país, diferindo em comunidades de surdos. Dentre algumas línguas pode-se citar a Língua de Sinais Francesa, Chilena, Portuguesa, Americana, Argentina, entre outras.

§ Brasil e Portugal são países que fazem uso da mesma língua oral, porém, suas línguas são diferentes, o mesmo acontecendo com a Inglaterra e os Estados Unidos.

§ Nada melhor que o Brasil, que apresenta diferentes modos de comunicação para expressar o mesmo significado, para exemplificar a variedade de Línguas de Sinais que um país tão extenso pode apresentar.

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DEFENDO...

Defendo, até que me provem que estou errada, o aluno surdo em salas só de surdos.
Se o surdo tem uma língua própria, tem uma cultura própria, como jogá-lo em uma sala de aula junto com alunos ouvintes só pra dizer que está sendo feita a inclusão na escola??? Onde está o respeito ao surdo??????? Se o aluno ouvinte tem direito a instrução na sua língua materna, o surdo também tem e, nesse caso, a língua materna dele é a LIBRAS.
Incluir, não é simplesmente cumprir(??) uma Lei que foi redigida e aprovada por pessoas que pensam que sabem o que é "incluir" de fato, por pessoas que, muitas vezes, não têm o menor conhecimento sobre o assunto. Incluir, é antes de tudo, ACEITAR, RESPEITAR e CONHECER o outro, seja ele surdo, deficiente auditivo, cego, negro, pobre, gordo, ...
Foi comprovado que o surdo aprende muito melhor quando ensinado em LIBRAS e, se possível, sem o auxílio do Intérprete.
Conhecer o outro, é buscar informação sobre sobre sua cultura, seu modo de vida, suas dificuldades, seus progressos, ...
É bonito falar em inclusão. Os políticos, as autoridades(?) adoram. Falam, mas, praticam de fato??? Eu Não digo "tenho lá minhas dúvidas". Digo, sim, "tenho minhas Certezas".

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A LUTA DA INCLUSÃO

Incluir um aluno com qualquer tipo de necessidade educacional especial, ainda é uma luta de muitos pais e educadores por igualdade de oportunidades e respeito humano. Na maior parte das vezes, as pessoas com necessidades educacionais especiais, não importa se são cegas, surdas, cadeirantes ou outro tipo qualquer de DIFERENÇA são vistas como incapazes, pois fogem aos modelos padronizados, o que causa angústia, insatisfação e exige desacomodação, pois a diferença é vista como algo a ser corrigido, como deficiência, como o que foge à norma, como desvio, como falta, como impossibilidade, devendo, então, ser controlada. As pessoas com necessidades educacionais especiais são, na maior parte das vezes, comparadas com outras, geralmente rotuladas de “normais”. Ao ser feita essa comparação, já está acontecendo Exclusão!

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NÃO É A SURDEZ...

01 julho, 2007

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